capela de são pedro de balsemão, Uma beleza escondida
Localizado numa lugarejo remota, encaixado na margem direita do profundo vale do rio Balsemão, junto a Lamego, o pequeno templo de São Pedro de Balsemão justifica uma visita atenta, pela sua longa história e pelos seus traços notáveis da sua arquitetura moçárabe. A sua origem remota aos tempos da reconquista crista da região, no século X, época em que a cidade, sob a tutela do seu castelo, se transformou num polo estratégico e administrativo importante. Na época românica chegou a ser sede paroquial, mas foi depois transformado, ainda no século XII, em curato dependente da Sé Catedral de Lamego.
No terceiro quartel do século XIV, o Bispo do Porto, D. Afonso Pires, escolheu o local para a sua sepultura e ergueu uma “capela “ ou altar em honra de Santa Maria , cuja construção e consagração , em 1362, se encontra assinalada por uma epígrafe de pedra de ança, em caracteres góticos, colocada junto do arco triunfal.
No século XVII e XVIII os morgados promoveram profundas transformações que se traduziram na reedificação da igreja e na sua integração no solar dos Viscondes de Balsemão, conferindo-lhe a fisionomia exterior que atualmente apresenta.
Segundo a IGESPAR :
“A capela de São Pedro de Balsemão é um monumento tão relevante cientificamente quanto problemática é a sua cronologia e forma original. Nos últimos cem anos, a historiografia divide-se em duas propostas cronológicas antagónicas: a época visigótica (séculos VI-VII) e a expansão do reino asturiano (séculos IX-X). Até ao momento, não foi possível confirmar qualquer destas sugestões e, por isso, Balsemão continua a integrar a polémica que tem separado investigadores desde que, há sensivelmente uma década e meia, os ciclos asturiano e moçárabe: foram objeto de uma radical revalorização”(IGESPAR).
“A capela de São Pedro de Balsemão é um monumento tão relevante cientificamente quanto problemática é a sua cronologia e forma original. Nos últimos cem anos, a historiografia divide-se em duas propostas cronológicas antagónicas: a época visigótica (séculos VI-VII) e a expansão do reino asturiano (séculos IX-X). Até ao momento, não foi possível confirmar qualquer destas sugestões e, por isso, Balsemão continua a integrar a polémica que tem separado investigadores desde que, há sensivelmente uma década e meia, os ciclos asturiano e moçárabe: foram objeto de uma radical revalorização”(IGESPAR).
Ao aproximarmo-nos do monumento sobressai o carácter vincadamente seiscentista das suas fachadas exterior, fortemente marcadas pelo embasamento proeminente, o remate em cornija e os punhais cingidos por pilastras.
Formada por dois volumes quadrangulares, escalonado com coberturas diferenciadas, a igreja possui acesso por portas laterais guarnecidas por patins e amplas escadarias. Na fachada do ado Norte, a porta é enquadrada por três armas de armas dos morgados, sendo o coroamento feito com uma pequena sineira. Uma inscrição colocada no exterior da reforma apreendida pelo morgado Luis Pinto de Sousa Coutinho e sua mulher, os quais promoveram a reedificação da igreja, em 1643 Nas paredes exibem-se ainda inscrições com vária epígrafes funerárias, romanas e um término augustal do imperador Cláudio, datado do ano 43 da nossa Era.. Estes elementos, assim como uma ara votiva e outras peças que se conservam no interior da igreja, não só nos revelam a reutilização de materiais romanos como exprime a preocupação e o gosto que a reforma do século XVII certamente teve em conservar e expor elementos tão antigos e prestigiantes. |
|
No seu espaço interior o monumento conserva um plano basilical com três naves separadas por arcadas de três arcos assentes em colunas com capitéis corintios. A servir de bases às colunas encontramos capitéis Toscanos e um Jónico de rolos.De raro valor histórico e arqueológico, o templo possui duas peças do séc. XIV dignas de menção: uma escultura da Senhora do Ó esculpida em pedra de ançã e o túmulo do Bispo do Porto D. Afonso Pires, esculpido em granito.
Por cima do altar do lado do Evangelho, encontra-se uma imagem, atribuída ao século XIV, com a mesma tipologia das vulgarmente designadas por “Nossa Senhora do Ó” ou “Virgem da expectação”, objecto que foi encomendado pelo Bispo D. Afonso Pires, especialmente para ser colocado no mesmo altar em que hoje se encontra ainda.
Esta e outras representações da Virgem Maria têm como característica apresentarem a Senhora no seu estado de gravidez, antes de dar à luz.
Para além da imagem da Senhora do Ó, certamente a mais antiga, podem também observar-se nesta pequena capela uma imagem de S. Pedro, de origem recente, que se encontra no altar-mor; e outra de Cristo na cruz, também mais recente, colocada no altar da nave do lado da Epístola..
Mas o elemento mais importante presente na Capela de Balsemão, é o túmulo do Bispo Afonso Pire, aí colocado por sua vontade. Há relatos que demonstram a permanência do Bispo em Portugal entre 1358 e 1371, andando por terras da Régua, Lamego e Balsemão. Em 1371 estava já velho e doente, devido à vida de penitências e privações a que se submetera. acabando por morrer na Régua, algum tempo mais tarde.
Presentemente, o túmulo encontra-se ao centro da nave central, desviado para o topo Poente desta.. De um dos lados maiores apresenta a arca sepulcral uma escultura representando a descida de Cristo da cruz, do lado oposto existe uma representação dos Apóstolos, enquadrados em arcarias. Na cabeceira vê-se ainda a imagem da coroação de Maria, ainda que muito deteriorada.
Presentemente, o túmulo encontra-se ao centro da nave central, desviado para o topo Poente desta.. De um dos lados maiores apresenta a arca sepulcral uma escultura representando a descida de Cristo da cruz, do lado oposto existe uma representação dos Apóstolos, enquadrados em arcarias. Na cabeceira vê-se ainda a imagem da coroação de Maria, ainda que muito deteriorada.
folheto.pdf | |
File Size: | 1371 kb |
File Type: |